Os principais insumos utilizados no processo produtivo da companhia são o Concentrado de Cobre e a Sucata de Cobre.
O Concentrado de Cobre é comprado, principalmente no mercado internacional, tendo o Chile como principal fornecedor. O preço de compra do Concentrado de Cobre é determinado pela cotação internacional dos metais contidos (além do cobre, ouro, prata, níquel, zinco, chumbo e outros metais nobres podem ser encontrados no Concentrado de Cobre), subtraído do TC/RC, do inglês Treatment Charge (TC)/Refining Charge (RC). O TC/RC é a retribuição obtida pelo transformador para a transformação e refino do cobre mineral em cobre metálico e é negociado entre fornecedores e empresas que o transformam e refinam (smelters), assim como a Paranapanema. O preço de compra do Concentrado de Cobre pode sofrer variações em função das características específicas do Concentrado de Cobre ofertado, que varia de mina a mina, bem como dos metais nobres contidos podem haver ajustes ao preço do Concentrado de Cobre.
A Sucata de Cobre consiste de cobre reciclado adquirido no mercado local e internacional, e é utilizada como componente do mix de matéria-prima para produção de Catodo. Historicamente, o mix de matérias-primas é de 75% Cobre Concentrado e 25% Sucata de Cobre.
A partir do Concentrado de Cobre e Sucata de Cobre, a Paranapanema produz Cobre Primário, Produtos de Cobre e Co-Produtos. Além disso, a companhia realiza operações de Transformação (Toll) de sucata de cobre recebida de clientes em Produtos de Cobre.
Cobre Primário, também conhecido como Catodo de Cobre, é a commodity de cobre em sua forma metálica. O processo produtivo consiste na transformação de Concentrado de Cobre em cobre metálico.
Produtos de Cobre são, por exemplo, tubos, conexões, vergalhões, fios, barras, arames, laminados cuja principal matéria prima são Catodos e ligas de cobre com outros metais não ferrosos como estanho, chumbo e zinco. Além do custo do cobre, os Produtos de Cobre demandam outros custos para que sejam transformados em Produtos de Cobre, como, por exemplo, mão-de-obra, energia etc.
Os Co-Produtos resultam do processo de transformação de Concentrado de Cobre em Catodos. Os principais Co-Produtos são o Ácido Sulfúrico e a Lama Anódica (material rico em metais preciosos tais como o Ouro e a Prata), além de Escória Granulada, Oleum e Revert.
Toll são operações por meio das quais a companhia recebe de seus clientes sucata de cobre e a transforma em Produtos de Cobre. Os custos de transformação incorridos são similares aos dos Produtos de Cobre obtidos a partir de Cobre Primário.
A Receita Líquida da Paranapanema é formada pelos volumes de vendas e preços cobrados pelo Cobre Primário, Produtos de Cobre, Toll e Co-Produtos.
Cobre Primário, ou Catodo de Cobre, tem o preço de venda definido pela cotação praticada pela London Metal Exchange (LME), convertida para Reais (BRL) pela cotação do dólar vigente a época do fechamento da venda, somado o Prêmio do Catodo, remuneração cobrada pela Companhia para transformar o Cobre Minério em Cobre Primário.
O preço de venda dos Produtos de Cobre é composto pela proporção de cobre, estanho, chumbo e zinco contidos no produto (em linha com o praticado para o Cobre Primário, ou seja, LME), somado o Prêmio dos Produtos de Cobre, remuneração cobrada pela companhia para transformar o Cobre Primário em produtos de maior valor agregado. Assim como ocorre no Cobre Primário, a receita de venda de Produtos de Cobre é impactada pela cotação do dólar, ainda que a venda seja feita no Brasil.
Os preços dos Co-Produtos estão cotados em dólar. O Ácido Sulfúrico tem seu preço baseado na cotação na Fertilizer Market Bulletin (FMB) mais prêmios ou descontos, enquanto a Lama Anódica tem o preço definido em decorrência dos metais preciosos contidos segundo bolsas internacionais.
O preço médio por tonelada das operações de Toll é materialmente inferior às vendas integrais, pois não inclui nem o faturamento nem custo do metal recebido do cliente para ser transformado. O Prêmio cobrado nas operações de Toll sofre ajustes constantes em função da cotação do dólar, porém as operações desta natureza normalmente são precificadas em reais.
Os Estoques da Paranapanema são formados essencialmente por commodities como Cobre, Ouro, Prata, Zinco, Estanho e Chumbo. Por se tratar de commodities, os Estoques da companhia apresentam alta liquidez e valores de realização que são balizados por mercados muito líquidos.
A Administração dedica especial atenção à adequação dos níveis de estoques da companhia às necessidades operacionais e desde o 4T13 mantém programa de gestão e monitoramento dos volumes de estoques, denominado ‘Stock Short’, com vistas a manter níveis mais eficientes e integração das operações envolvidas com o uso dos estoques, suprimentos, logística, industrial e comercial.
Para cálculo do EBITDA, a companhia realiza ajustes dos itens chamados “não recorrentes”, isolando do resultado valores que não estão relacionados às expectativas da gestão de que venham a ocorrer no futuro nas mesmas dimensões que as apresentadas nos respectivos períodos.
A companhia segue política de gestão de riscos de mercado, aprovada pelo Conselho de Administração, para prevenir os impactos econômicos inesperados de variações de preços de commodities metálicas, taxas de câmbio e de juros na lucratividade e no fluxo de caixa.
A Paranapanema adota diversas estratégias de hedge como forma de neutralizar eventuais (i) descasamentos entre os preços de venda e de compra dos metais contidos nos produtos e matérias primas; (ii) impactos das variações de taxas de câmbio sobre o valor de ativos e passivos e sobre o valor futuro de receitas e custos; e (iii) exposição ao risco de taxa de juros, dada pelo valor anual de pagamento de juros flutuantes inclusos em contratos financeiros. O uso de derivativos é limitado exclusivamente às atividades de hedge com a aplicação de contabilidade de hedge quando necessário.
As aplicações de Contabilidade de Hedge serão definidas pelas normas CPC 38 e 39, que deverão prever, no mínimo, o seguinte: (a) Para o risco cambial, tanto financeiro como operacional, poderá realizar o hedge do valor justo ou fluxo de caixa com derivativos ou instrumentos financeiros; (b) Para o risco de commodities poderá realizar o hedge de valor justo ou fluxo de caixa com derivativos e/ou derivativos embutidos; e (c) Para o risco de taxas de juros poderá realizar o hedge de fluxo de caixa com derivativos.
A leitura e interpretação de demonstrações financeiras com aplicação de Contabilidade de Hedge diferem daquelas que não adotam a contabilidade de hedge e reconhecem todas as variações dos derivativos e instrumentos financeiros no resultado financeiro.
Com a adoção da Contabilidade de Hedge de fluxo de caixa surge a necessidade de análise da conta “Ajuste de Valor Patrimonial”, apresentada no Patrimônio Líquido. Essa conta é utilizada para registrar os ganhos e as perdas futuras das receitas e despesas de hedge até o momento em que efetivamente ocorrem, quando então são reconhecidas no resultado do respectivo período de realização.
Com a finalidade de alocar os efeitos do hedge econômico no lucro bruto, a Paranapanema passou a adotar a Contabilidade de Hedge de valor justo do estoque de metais (cobre, zinco, chumbo, e estanho) e metais preciosos (ouro e prata).
A Administração poderá implementar novas estratégias de hedge ou alterar as atuais, buscando, na medida do possível, implementá-las em paralelo a Contabilidade de Hedge quando necessário.
A companhia busca neutralizar a variação dos preços dos metais no resultado por meio de programa de hedge de valor justo dos estoques cobertos com contratos derivativos em bolsa, derivativos embutidos em contratos de compra de Concentrado de Cobre, e compensação de posições ativas (long) e passivas (short).
O ciclo industrial dos smelters faz com que a Paranapanema “carregue” uma posição física de estoques de metais e utilize-se de instrumentos de hedge para protegê-la, aproximando o valor do custo metal ao valor do preço metal no momento da venda. Para efeito do hedge, os estoques de metais representam ponta ativa ou long. O processo de compra de Concentrado de Cobre faz com que o valor da transação de compra para a Paranapanema seja desconhecido no momento da compra, prática usual do mercado de metais. Os valores são definidos segundo parâmetros da cotação da LME nos meses que seguem o fechamento da operação de compra. Esse período é conhecido como “Período de Cotação” (em inglês, Quotational Period, ou “QP”). Essa situação, peculiar ao mercado de metais, cria uma ponta passiva, ou short, para a companhia até que o QP seja definido.
Em decorrência dos valores usualmente envolvidos entre a ponta ativa e a ponta passiva (long x short) das transações financeiras, a companhia apresenta posição long (comprou mais do que vendeu). Para neutralizar essa posição, são contratadas transações de venda de derivativos, que criam um adicional de short até o montante que neutraliza a posição da companhia. Esse procedimento está em linha com a política de gestão de riscos da empresa.
A companhia busca proteger permanentemente de 70% a 100% da exposição líquida cambial do fluxo de caixa projetado para 6 a 12 meses por meio de contratação de derivativos em bolsa, e compensação de receitas e passivos atrelados ao dólar americano (“USD”).
A companhia mantém passivos atrelados ao USD (ponta passiva ou short), principalmente com fornecedores e com empréstimos. Por outro lado, e por natureza dos negócios de cobre, as receitas futuras da empresa também são atreladas ao USD (ponta ativa ou long). A posição líquida percebida pela companhia é, via de regra, mais long que short. Para neutralizar essa situação, a companhia vende NDFs (Non Deliverable Forward) de USD, reduzindo sua exposição ao dólar. Esse procedimento está em linha com a política de gestão de riscos da companhia.
Os efeitos de resultado do hedge de câmbio são percebidos em três contas nas Demonstrações Financeiras da companhia, no Resultado Financeiro, para transações liquidadas durante o período de referência da Demonstração Financeira, na conta de Ajuste de Valor Patrimonial, dentro do Patrimônio Líquido, onde ganhos e perdas das variações cambiais sobre as receitas e desembolsos futuros aguardam a transferência para o Resultado Operacional até que sejam realizadas.
A companhia firmou contrato de troca de fluxos com o Deutsche Bank (DB) em novembro de 2012 por meio do qual o DB ficou ativo ou long no CDI e passivo ou short no valor da ação da Paranapanema, PMAM3. A ponta da companhia é inversa a do DB. A liquidação do Total Return Swap, que poderia se estender até o mês de fevereiro de 2016, foi integralmente concluída nos meses de setembro e outubro de 2015.